ECONOMIA CRIATIVA
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ECONOMIA CRIATIVA



O Observer de hoje traz um texto (assinado por Nick Mathiason) sobre as indústrias criativas no Reino Unido, a propósito de uma conferência realizada em Austin, no Texas, a qual reunia os principais responsáveis americanos da indústria. Malcom McLaren, antigo manager da banda musical punk Sex Pistols, agora encarregado de alargar as exportações musicais inglesas para os Estados Unidos, falou de mais de €16 mil milhões anuais, de 2 milhões de empregos e cerca de 8% de produto interno bruto que as indústrias contribuem para o país. No evento, havia 150 bandas inglesas e 750 delegados ingleses, o que demonstra a importância do sector para o Reino Unido.

O número de 8% no PIB fez-me lembrar uma manchete do Público (16 de Novembro de 2006): "Cultura com mais peso na economia europeia do que sector automóvel". Numa caixa a acompanhar o destaque desse dia, o peso do sector cultural no PIB do Reino Unido era de apenas 3,0%, o sexto mais elevado da União Europeia, com Portugal a ter 1,4% do PIB (metade do inglês, portanto).


A base para os textos do Público de 16 de Novembro de 2006 [ver os textos reproduzidos
aqui] era um estudo do KEA European Affairs, realizado para a União Europeia e publicado em Outubro de 2006. Para os autores deste estudo, as indústrias da cultura englobam as indústrias culturais tradicionais (cinema, música e edição), os media (imprensa, rádio e televisão), os sectores criativos (moda, design de interiores e de produtos), turismo cultural e campo tradicional das artes (artes performativas, artes visuais e património). O mesmo estudo inclui o impacto do sector cultural sector no desenvolvimento de indústrias como o turismo cultural e as novas tecnologias , e explora as ligações entre culture, criatividade e inovação [incluído no sítio de KEA European Affairs].

Na página 65 do estudo, observa-se o seguinte: "Enquanto o Eurostat inclui os valores totais para cada país, a base de dados Amadeus [usada no estudo] exclui, contudo, o trabalho independente, pequenas empresas e partes consideráveis da economia pública". Isto explica a discrepância de números, pelo que o estudo deve ser lido com cuidado. Além disso, os dados referem-se a 2003, estimando-se que haja aumentado desde então, pois era um período pós-recessão de 2000-2001. Embora sem qualquer rigor científico, o número para Portugal deve estar a aproximar-se dos 4%.

Conforme o estudo da KEA European Affairs, em 2004 havia um mínimo de 4,714 milhões de pessoas a trabalhar no sector cultural e criativo, equivalente a 2,5% do total da população activa empregada na UE a 25 países, mais 1,171 milhões empregues no sector do turismo cultural, em que 46,8% destes empregados no sector cultural têm um grau universitário, valor mais elevado se comparados com 25,7% do total do emprego, em que o trabalho independente no sector cultural é mais do dobro do existente no emprego total, o que eleva para 17% a existência de trabalhadores temporários quando a média no total do emprego é 13,3% e o part-time é mais alto que o total do emprego.




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