Nada melhor do que este poema de Carlos Drumond de Andrade, para caracterizar a situação portuguesa.
E agora Portugal? A festa acabou, o dinheiro sumiu e o povo dançou. E de quem é a culpa? De todos nós que nos desresponsabilizamos de tudo. Os portugueses falam muito na ausência de factos, todos falam sem saber de quê. Conversa de café, de rua, da treta.
Actuar? Muito pouco.
Felizmente no dia 12 de Fevereiro, o povo pela primeira vez, depois do 25 de Abril de 1974, mostrou inequivocamente o seu descontentamento e a sua vontade de mudança.
Temos que nos libertar da batuta dos políticos, deixarmos de lado uma cultura pessimista mas optimista por comodidade, a ponto de nos levar a crer que tudo se resolverá.
Nada se vai resolver se continuarmos a calar os nossos silêncios, que são muitos, se não tivermos coragem de dizer aos dois principais partidos que estamos fartos de mentiras, de ultrajes, de corrupção e compadrios, de mais do mesmo.
Neste poema de Carlos Drumond de Andrade, José somos todos nós.
E agora José?