CONSUMOS MEDIÁTICOS
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CONSUMOS MEDIÁTICOS


Hoje à tarde, Sílvia Silva defendeu dissertação de mestrado na Universidade Nova de Lisboa com o título Dieta mediática e práticas comunicacionais: rumo a uma nova ecologia mediática? Ela fez entrevistas de grupo a jovens, num total de 16 pessoas, com idades entre os 20 e os 30 anos, num processo de amostra não aleatória tipo bola de neve, procurando saber os consumos mediáticos.

Trabalho de forte maturidade, a autora estabeleceu um equilíbrio entre a ideia de internet enquanto meio revolucionário - em especial para os jovens - e uso menos habilitado para as gerações mais velhas. E detectou algumas contradições no discurso interno dos grupos observados. Assim, se os seus entrevistados defendem e usam (e fazem downloads) de textos digitais, realçando a imaterialidade, prezam também a existência real, fazem o culto do objecto físico. Além de que o formato digital é incapaz de replicar algumas particularidades de jornais e revistas, como brindes, amostras, texturas.

Para os entrevistados, a criação de conteúdo online é marcada por duas tendências: 1) pendor pessoal, 2) inclinação para a descontinuidade. Assim, a adesão à criação de conteúdos faz-se por ciclos. Embora não explícito no trabalho hoje defendido, fica-se com a ideia que a idade tem um peso muito grande na criação online: quando mais velhos, os indivíduos sentem menos empenho e têm outras tarefas mais complexas e de maior responsabilidade a realizar.

Outra ideia interessante é a de que um número grande de jovens multitaskers se considera sem capacidades extraordinárias para o desempenho de grande parte das tarefas. Os entrevistados usam serviços prioritários (MSN, email) mas menos os considerados secundários (blogues e páginas pessoais). A ideia positivista de multitasking está desfeita, por exemplo, quando os jornais de hoje, a propósito do lançamento do iPad, dizem que uma das críticas é a da não possibilidade de multitasking (jornal i, p. 28). A pouca atenção que se presta quando se desempenham várias tarefas ao mesmo tempo é uma das razões para essa inibição. Na mesma linha, Sílvia Silva defende, a partir das entrevistas feitas, que os mais jovens são os mais activos na adesão às redes sociais, com o entusiasmo a esmorecer entre os mais velhos ou que já abandonaram o meio escolar.



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