Coisas e Coisas
CONSUMO E CENTROS COMERCIAIS
Cultura e consumo. Estilos vida na contemporaneidade é um livro publicado o ano passado, organizado por Maria Lucia Bueno e Luiz Octávio de Lima Camargo, pela editora Senac de São Paulo. Consumos, estilos de vida e modernidade são alguns dos conceitos e textos publicados no livro. Mas também há artigos sobre o museu doméstico, turismo, oferta enológica, moda e vestuário e centros comerciais.
Detenho-me neste último tema, objecto de análise de Heitor Frúgoli Júnior (pp. 231-246). O autor escreve sobre sociabilidades no centro comercial, apreciando o comportamento em centros de São Paulo (Brasil), em especial os comportamentos e tipos de frequentadores. Heitor Frúgoli Júnior define os shopping centers como instituições do grande comércio moderno, com ênfase para a venda de bens no sector de vestuário e com equipamentos voltados para o lazer, com controlo e vigilância do comportamento dos seus utilizadores.
Isto levou o autor a definir duas tendências nestes espaços públicos e locais de consumo: 1) selectividade e elitização, em bairros de alto poder aquisitivo, e 2) popularização e massificação, em bairros populosos e de diversificação de camadas sociais. Um terceiro elemento a considerar é o das camadas juvenis que entram nos centros comerciais para sociabilização e interacção social. O autor estudou grupos juvenis provenientes de grupos imigrantes, como os coreanos e japoneses, que se encontravam em determinados centros como se fossem territórios ou enclaves étnicos, e as claques de futebol, que igualmente delimitavam espaços de encontro.
Os centros comerciais são igualmente espaços públicos usados para manifestações ligadas a novos movimentos. Ele refere a realização de um evento de homossexuais, com o beijaço ou a hora do beijo, e de negros e mulatos, de boné e óculos escuros, chamando-se de "manos" (termo popularizado pelo rap), afirmando ideias afirmativas de cor de pele. Po regra, os encontros dão-se na praça da alimentação, espaço maior e propício para a ocupação pacífica.
Finalmente, Heitor Frúgoli Júnior vê os centros comeciais como locais de execução de interpretações ou ritualizações da modernidade, sem esquecer as relações de consumo e de reciprocidade na sociabilização. Ele defende a ideia de um consumo no plano simbólico.
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