Coisas e Coisas
Bem-vindos, meus amigos!
Meu nome é Duda Rangel, sou jornalista e, em 2008, cheguei aos meus 38 anos de vida e duas décadas de carreira. Foram 20 anos de ilusões e desilusões, experiências profissionais e pessoais incríveis. Sempre fui tão apaixonado e focado no meu trabalho que demorei a abrir os olhos para certos fatos sórdidos. Apenas meses atrás, por exemplo, descobri que minha mulher tinha um outro cara. Hoje, sou a piada dos amigos, o prefeito de Triunfo...
Anos e anos de pescoções, fechando jornais na madrugada, plantões. O desfecho da história não poderia ter sido outro. Ela me trocou por um garotão, o office-boy da empresa em que trabalha. Um cara vazio, sem o meu conteúdo. Pior foi ouvir da desgraçada que o conteúdo dele era realmente bem diferente do meu, um conteúdo grande, e foi isso que a seduziu. Mas minha separação tem sido dolorosa até hoje principalmente por brigar na Justiça pela guarda do nosso cão Nestor.
Pouco depois de descobrir minha cornitude, soube que fazia parte de um programa de reestruturação do jornal em que trabalhava. E nessa de readequar a empresa à nova realidade competitiva e globalizada, eu perdi meu emprego. Corno e desempregado.
Queria me matar. Passei uma tarde toda ouvindo um velho vinil dos Smiths que, com certeza, me daria inspiração para um belo suicídio. Tudo planejado. Pegaria uma estrada na contramão e bateria de frente em um caminhão de umas dez toneladas. No tal dia, porém, fiquei preso em um congestionamento, me estressei e desisti da idéia. Soube depois que um sujeito já havia tido a mesma idéia, e com sucesso. Até como suicida sou um fracasso.
Procurei, então, um velho amigo, daqueles para quem você conta a vida toda, mesmo estando sóbrio, e ele me aconselhou a fazer terapia. “Com que dinheiro?”, retruquei. “Por que não faz um blog então?”, ele replicou. “Desabafa, conta o que você viveu, o que quer viver.” Era isso que eu precisava, escrever minha vida em um blog. Fiquei emocionado, abracei meu amigo, chorei. Lembro de suas palavras encorajadoras: “Boa sorte, cornão!”
Neste blog, carinhosamente chamado de Desilusões perdidas, vou relatar as histórias de um jornalista com 20 anos de carreira, com um pouco de acidez e muito bom humor, coisas que ainda me restaram, apesar de tudo.
Leiam os posts, opinem. Um abraço e até breve!
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