APRESENTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS PARA A CULTURA EM LISBOA
Hoje, ao fim da tarde, foi apresentado o trabalho Estratégias para a Cultura em Lisboa, coordenado por Pedro Costa e por uma equipa da Dinâmia/ISCTE, em encomenda da Câmara Municipal de Lisboa.
Do sumário executivo, retiro algumas ideias: "Lisboa tem uma oferta cultural variada e significativa, em termos quantitativos, e que tem crescido substancial e sustentadamente ao longo dos últimos anos, embora haja situações muito diferenciadas nas várias áreas culturais, exprimindo no entanto, e nalguns casos, um dinamismo que aparenta ser mais quantitativo que qualitativo".
Quatro eixos principais propõe o texto Estratégias para a Cultura em Lisboa (p. 17): 1) promoção das competências cosmopolitas e da vocação internacional da cidade, 2) desenvolvimento das condições facilitadoras da criação e da produção cultural, 3) reforço da vivência da cidade e da sua memória e promoção do conhecimento, 4) revisão do modelo de governança cultural da cidade.
O resultado do trabalho agora tornado público é composto por 30 medidas e 14 projectos, como Pedro Costa salienta no pequeno vídeo em baixo. Das medidas (p. 126), destaco as duas primeiras: reestruturar a orgânica da Direcção Municipal de Cultura e reequacionar a missão e a estruturação orgânica da EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural. Ou seja: o trabalho recomenda que se comece por alterar a orgânica interna da autarquia, a sua governança. Na sequência, outras medidas sugeridas são igualmente importantes: instituição de concurso público para a nomeação de directores artísticos e programadores, definição de um quadro regulamentar de apoio financeiro municipal aos agentes culturais e mobilização dos agentes privados para o desenvolvimento das indústrias criativas na cidade. Dos projectos (p. 127), relevo a ideia de um canal de internet para a cidade (Lx Web TV), de um Centro de Arte Contemporânea de Lisboa, do Estudar Lisboa (programa de fomento à colaboração com instituições de ensino superior e centros de investigação da cidade) e Lisbon Summer of Arts (programa internacional de formação de jovens artistas).
De uma leitura rápida e em diagonal, saliento o que o texto diz sobre públicos da cultura: falta de estudos de públicos (p. 73), reconhecimento dos baixos níveis de rendimento económico dos cidadãos e da falta de hábitos culturais (p. 71), associados a uma baixo capital escolar. Apesar de tudo, o volume Estratégias para a Cultura em Lisboa indica a existência de uma procura significativa de eventos e equipamentos culturais, quer em termos de faixas etárias, públicos variados e poder económico. Depois, a enumeração dos territórios culturais, tais como a baixa pombalina, Chiado e Bairro Alto, Parque Mayer (a recuperar), o eixo da avenida Almirante Reis a partir do Martim Moniz, Santos, Parque das Nações, alguns bairros históricos.
[observação: em 23 de Novembro de 2008, escrevi sobre o tema e entrevistei o coordenador do projecto; ver aqui]
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