Adília Lopes ou a Zé vai à Sé (Z/S)
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Adília Lopes ou a Zé vai à Sé (Z/S)



Ontem à tardinha, foi apresentado o livro de Adília Lopes, Z/S, por Maria Filomena Molder e com leitura de poemas por Ângela Correia, na livraria Leituria, à rua D. Estefânia (Lisboa).
O novo livro, editado com a chancela das edições Averno, tem poemas e pequenas histórias de Adília Lopes, nome literário de Maria José Oliveira, e aposta numa troca de letras em que o seu nome aparece com elemento central. Zèzinha, Zezinha (sem acento grave) ou apenas Zé pode jogar com Sé: a Zé vai à Sé (Z/S). Uma homenagem explícita a Roland Barthes, como foi acentuado na apresentação.

Por vezes, os textos são de uma simplicidade desarmante ("Temos a cara / que nos deixam ter", p. 65). Outras vezes, jogam com as palavras e os sentidos, mas de uma grande sensibilidade ("Sabonetes e sorvetes / têm as mesmas cores / os sabores contrários", p. 85) . Ou desconcertantes ("Muitas pessoas o melhor que andaram a fazer neste mundo foi cocó", p. 55). Ou remetem para outras histórias, quiçá do vocabulário político recorrente ("Passei a vida a correr riscos e a fazer riscos. Não havia plano B", p. 50). E ainda o recurso a histórias que envolviam a mãe, bióloga, que dizia que "o que mata baratas mata pessoas": "As pessoas estúpidas é que têm a mania que são feitas de massa especial. Mais vale baratas que DDT. Faz menos cancros" (p. 24).

Com frequência, brejeira (não se diz pornográfica), a sua poesia e prosa lembram o surrealismo. Ou um novo surrealismo carregado de simbolismo. É ainda uma poetisa que se pode considerar com sabedoria local - diversos textos situam histórias em Arroios, a freguesia lisboeta onde ela mora e convive com gente letrada mas também com sem-abrigo. Como no poema sobre a planta que esmaga na sua mão e diz ser lavanda. Alfazema, corrige a sem-abrigo Dona Elisabete, habitante errante do jardim junto à igreja de Arroios.

Capa (e marcador) de Luís Henriques e arranjo gráfico de Pedro Santos.



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