A venda do Washington Post
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A venda do Washington Post


O Washington Post resistiu a Nixon mas não à internet, consideram os media desta semana quando comentam a venda do jornal da família Graham ao fundador da Amazon, Jeff Bezos. Este vai pagar 250 milhões de dólares (190 milhões de euros) e terá garantido os princípios e os valores do jornal. O Post nunca foi um jornal para ganhar dinheiro mas como agente de promoção de uma sociedade mais informada, culta e democrática (sigo os textos de Rita Siza e João Pedro Pereira, do Público de 7 de agosto). A quebra da imprensa em papel é mostrada no percurso do Washington Post: há 20 anos, tinha uma média de 832 mil assinaturas; este ano, a circulação baixou para 450 mil exemplares. Nos últimos cinco anos, as receitas desceram mais de 25% e a redação baixou de mil profissionais para 640 pessoas. A perda dos jornais tem a ver com a mudança de hábitos de leitura e com o número de milionários com interesse no papel social e cívico dos jornais. Do lado de Bezos, sabe-se que ele está habituado a prejuízos. A sua Amazon, lançada em 1994, começou a dar lucros em 2003 mas em 2012 teve prejuízo. Experimentar mas manter as equipas de administração e de direção editorial são duas ideias chave de Bezos, que não se vai envolver na gestão quotidiana. Uma certeza apenas: os media digitais e o online são o futuro. As suas linhas de sucesso é que ainda não estão determinadas.



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