A FOTOGRAFIA EM JOSÉ AFONSO FURTADO
Coisas e Coisas

A FOTOGRAFIA EM JOSÉ AFONSO FURTADO


Já escrevi sobre obras de José Afonso Furtado: O papel e o pixel. Do impresso ao digital: continuidades e transformações e Mundos da Fotografia. Orientações para a constituição de uma Biblioteca Básica (este em parceria com Ana Barata).

Agora, há a oportunidade de olhar a obra fotográfica do autor, disposta em diversos catálogos e livros de muito boa qualidade gráfica e estética. Canada do inferno (2005), No vale de Massarelos, os caminhos do romântico (2001), No vale do Ave (2002) e A ocupação do espaço 1998-2000 (2004) mostram trabalhos a preto e branco de José Afonso Furtado, compostos por paisagens, espaços industriais abandonados, ligação entre a indústria e a natureza perpetuada por paisagens degradadas e poluídas, raros momentos de silêncio e abandono da actividade humana a possibilitar a auto-regeneração da natureza. Por vezes, e apesar da aparente ausência de referências e citações, o nosso olhar evoca paisagens naturalistas (Jean-François Millet) ou estudos construtivistas (László Moholy-Nagy). Ocupação do espaço, como sugere o título de um dos álbuns aqui presentes, e dilatação do tempo (as paisagens lembram cenas perpetuamente reproduzidas, com ciclos de conquista e abandono, como a manutenção de dispositivos da não edificada bairragem do Côa, em Canada do Inferno).


Também há a memória do tempo, lembrando a actividade ao longo do rio Ave - com as suas fábricas quase escondidas na paisagem rural - e os caminhos românticos de Massarelos - ruas estreitas de laje, cobertas por muros altos, as entrequintas, levando a um rio dourado e perfumado onde, outrora, caminhavam barcos poderosos de velame e vapor que traficavam bens como pão, vinho e artefactos.

Certamente o maior fotógrafo de paisagens que o país tem [além de director da Biblioteca Geral de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian], o trabalho de José Afonso Furtado está igualmente presente em obras colectivas como Paisagem fim de século (com Alberto Picco), Tejo, doze objectivos fotográficos e outros contributos. Alguns dos textos que acompanham estas edições pertencem a Maria do Carmo Serén, do Centro Português de Fotografia.










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