Coisas e Coisas
A ANSIEDADE PERANTE UM NOVO MEIO
Historicamente, cada novo meio de comunicação desperta dois tipos de impacto, um optimista, outro pessimista. A isso, Sonia Livingstone designa pelo debate entre liberais e críticos. Apliquemos esta dicotomia ao ciberespaço - por um lado, as crianças com a internet desenvolvem competências muito rapidamente e tornam-se (mais os jovens) os grandes consumidores e criadores, por outro lado, as crianças são seres vulneráveis a uma cultura cada vez mais comercializada.Vou-me centrar no lado dos efeitos morais, do pânico moral. Violência, estereótipo, exploração comercial, conteúdo pornográfico, reforço de acções agressivos e de comportamentos passivos e acríticos - eis as doenças diagnosticadas por Livingtone quando se estuda o impacto negativo da internet. Mas já os videojogos, o cinema, a televisão, a banda desenhada passaram por este trajecto. Raramente é feito um discurso positivo. Recordo-me, quando estudei a história da rádio nos seus primórdios, de ler alguns discursos e peças jornalísticas optimistas, como o facto de trazerem conhecimento ao indivíduo e harmonia ao lar. Mas trata-se de uma óptica mais rara que a contrária.Livingstone segue um estudo muito considerado de Stanley Cohen, quando este escreveu sobre os medos que a televisão traria à juventude, no final dos anos 1950, acabando com a ideia de uma idade de ouro da infância inocente. Examinado mais de perto tratava-se de um estereótipo da classe média temendo o efeito da "poluição" das classes populares.De que modo se poderiam aplicar estes conceitos (e preconceitos) a acontecimentos recentes, como o arquivamento do caso Madie ou dos ciganos versus negros em Loures mais as casas vandalizadas daqueles? Ou dos veraneantes italianos confraternizando numa praia e ignorando os corpos mortos de duas raparigas ciganas? Qual o impacto e a formação de opinião pública através das imagens (manipuladas) da televisão?Parece-me que, à ansiedade, se junta a aceitação passiva de imagens e perspectivas. É o regresso do velho conceito de audiência.Leitura de base: Sonia Livingstone (2005). "Media audiences, interpreters and users". In Marie Gillespie (ed.) Media audiences. Milton Keynes: Open University
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Riscos Na Internet
Portugal é um dos países com menor incidência de riscos online para crianças e jovens, abaixo da média europeia (12%), segundo resultados do inquérito inédito a 23000 crianças europeias de 9 a 16 anos, apresentados em Outubro de 2010 no Luxemburgo,...
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Teoria Dos Media, Teoria Da ComunicaÇÃo
Hesmondhalgh e Toynbee (2008) distinguem a teoria da comunicação e a teoria dos media. A chamada teoria da comunicação origina-se no desenvolvimento da pesquisa nos Estados Unidos, frequentemente designada como investigação administrada (teoria...
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RecepÇÃo Cultural
Na edição do Público de ontem, li com atenção artigos de três colunistas do caderno P2: Pedro Mexia sobre Audrey Hepburn, Eduardo Cintra Torres sobre narrativas e folhetins nos media (imprensa, rádio, televisão) e José Pacheco Pereira sobre...
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Ainda Entre Os PÚblicos E As AudiÊncias
Na relação entre público e audiência, Sonia Livingstone tem uma posição menos radical que Dayan (quase-público) e Esquenazi (não-público). Ela é contra a polarização redutora de público e audiência, argumentando que as pessoas vivem em...
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PÚblico E AudiÊncia - Uma DefiniÇÃo
Em livro editado em 2005, e com o título Audiences and publics: when cultural engagement matters for the public sphere, Sonia Livingstone define os conceitos de audiência e público. Audiência Audiência, enquanto substantivo, tem os seguintes significados:...
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