80 anos de rádio pública
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80 anos de rádio pública


A inauguração oficial da Emissora Nacional esteve marcada para 1 de agosto de 1935. Mas o marechal Carmona não pôde e só visitou a Emissora Nacional no dia 4 de agosto. O importante é que a semana passou em festa na rádio pública, então designada como rádio oficial. Amanhã, passam 80 anos da presença pública do presidente da República na Emissora.

Então, a presidência da Emissora Nacional estava a cargo de Henrique Galvão (anos mais tarde, ele rebelar-se-ia contra Salazar, em que a ação mais espetacular foi o desvio do navio Santa Maria). Galvão sucedera a António Joyce, homem muito ligado à música clássica mas sem experiência de contabilidade empresarial, o que fez derrapar as contas da estação. Para complicar as coisas, o orçamento era gerido pelos CTT, dirigido por Luís Couto dos Santos. A nova programação refletia um gosto mais popular, encontrado, por exemplo, no programa Hora da Saudade (com mensagens de portugueses para familiares residentes ou a trabalhar nas colónias africanas ou noutros países) e os Jogos Florais. Nos anos seguintes, nasceram outros programas que marcaram a Emissora, como Domingo Sonoro, Serão para Trabalhadores, teatro radiofónico, programas infantis e relatos de futebol. Dos locutores do primeiro período destaco Áurea Rodrigues, Maria Rezende e Fernando Pessa. António Ferro sucederia a Galvão na direção da Emissora em 1941.

Amanhã, na rádio pública, uma emissão especial (ver aqui): "Em oito horas de emissão não cabem oitenta anos de história da Rádio pública. Ainda assim, protagonistas de ontem e de hoje, sempre com os olhos no futuro, vão passar pela Antena 1 contando um tempo que foi e desvendando um outro que está a chegar. E, claro, a música vai estar sempre por perto. Aquela que integra a memória da Rádio, a que a canta a Rádio e a que faz hoje o quotidiano da Rádio. Ao vivo, das 10h00 às 18h00, Rogério Charraz, Oquestrada, Marco Rodrigues, Viviane, Paulo de Carvalho, António Manuel Ribeiro, Miguel Ângelo e Luís Represas vão cantar nesta emissão com realização de Armando Carvalhêda e produção de Ana Sofia Carvalheda". Ver ainda aqui várias histórias da rádio (sons e imagens).

Os meus parabéns à RDP, que mantém o património da rádio de 1935.




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