Durante o dia de hoje, numa organização conjunta da RTP e da Universidade Lusófona, decorreu a conferência internacional intitulada A Rádio em Portugal e o Futuro. Em pano de fundo, os 75 anos de rádio pública (a Emissora Nacional inaugurou oficialmente as suas emissões em 4 de Agosto de 1935).
Não se falou do passado, mas sim do presente e do futuro. A conferência inicial coube a Gerd Leonhard, dirigente da Media Futurist, que se apresentou, como a sua empresa indica, como futurologista da rádio. Para ele, as redes sociais associam-se ao futuro da rádio [ver a sua apresentação aqui]. A sua comunicação foi muito identificada com a tecnologia; os caminhos que apontou podem acontecer no próximo futuro - mas também podem surgir outras oportunidades e desafios, baralhando as previsões.
A primeira mesa incluiu Elizabete Caramelo, que fez um interessante testemunho da TSF e do pioneirismo desta rádio da palavra e da notícia (ver vídeo), e Ramos Pinheiro (Grupo Renascença), com um sólido discurso político do presente e do futuro da rádio, atento aos negócios e à rádio pública versus privada (ver vídeo). Outros participantes foram Mário Figueiredo, provedor do ouvinte da RDP, e Rui Pêgo, director de programas da rádio pública. A segunda mesa incluiu responsáveis da rádio, onde o mais interessante foi a discussão entre Graça Franco, da Renascença, e Emídio Rangel, fundador da TSF, sobre a linguagem da rádio e a introdução da televisão nos sítios da rádio (web tv), com Rangel como defensor do modelo clássico. Também participaram na mesa João Barreiros (RDP) e Paulo Baldaia (TSF). O último painel, de pendor mais académico, mostrou posições mais optimistas, com as perspectivas tecnológicas (Paula Cordeiro, ISCSP) e mais pessimistas, com a quebra de audiências da rádio (João Paulo Meneses, TSF e ISLA), com presenças também oportunas de Rute Sofia (Un. Lusófona) e Jorge Alexandre Lopes (RTP).
Pelas diversas intervenções e comentários e sugestões da plateia, o futuro da rádio passa pelas redes sociais, pela fragmentação de públicos, pela maior interactividade na internet, pela resiliência do meio, capaz de competir com os media mais recentes. Foi uma discussão muito franca e que envolveu diversos parceiros da rádio, nomeadamente a indústria, as associações do sector, o regulador, a universidade. O poder político esteve representado através do ministro da tutela. De fora, ficaram as empresas de medição de audiência e grupos de rádio como a Media Capital. Noutras discussões, esperam-se temas como estruturas económicas, programação, formação para a cidadania, cultura portuguesa, passagem do serviço analógico para o digital, logo dividendo digital (registei reticências quanto à proximidade temporal da passagem do FM para o digital).
As fotografias mostram imagens dos segundo, terceiro e quarto painéis da conferência [texto concluído às 23:02].
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