Coisas e Coisas


LEITURAS DE JORNAIS

Provedor dos leitores

"Ao provedor compete acolher as observações dos leitores e analisar o conteúdo editorial. Não compete pronunciar-se sobre as estratégias da empresa e do grupo a que o JN pertence e, menos ainda, sobre os nomes escolhidos para levar a cabo essas estratégias. Mas já lhe cabe escutar as preocupações dos leitores sobre esta matéria. E o comentário que entende fazer, neste momento, é que seria um caminho insensato e ruinoso aquele que viesse porventura a pôr em causa a orientação editorial de independência e rigor que permitiu ao jornal conquistar o seu capital de credibilidade e a sua aceitação junto dos cidadãos". (Manuel Pinto, provedor dos leitores, hoje, na sua habitual coluna de domingo no Jornal de Notícias, com o títuto "Responsabilidades dos donos e gestores dos media", p. 23 da edição em papel).

Telelixo

"A «telebasura» é uma desgraça mundial, mas em Espanha chegou a extremos verdadeiramente repugnantes. A «telebasura» não é espanhola, é italiana e fundamentalmente [do magnata da televisão e primeiro-ministro] Berlusconi. Uma coisa interessante da televisão de Berlusconi em Espanha é que ganha muito dinheiro. Mas Berlusconi está a ordenhar a vaca e a levar o dinheiro, não está a criar um grupo de comunicação, instituições, etc. Acho que é uma desgraça. Tentei várias vezes fazer promover um debate sobre estas questões, mas é muito difícil porque os políticos têm muito medo dos meios de comunicação. O telelixo está directamente ligado a este excesso do jornalismo do coração, que não é do coração, nem sequer do fígado (como se fazia antes), é do pénis. Na televisão espanhola, a partir de determinada hora da noite, fala-se dos órgãos genitais dos convidados". (Juan Luis Cebrián entrevistado por Adelino Gomes, na Pública de hoje, p. 8).

Pode mudar-se o noticiário televisivo?

lemonde.JPGO jornal Le Monde de hoje traz, no seu caderno dedicado à rádio e televisão, uma análise sobre o formato dos noticiários televisivos. Se transmitidos à mesma hora e com o mesmo formato, isso pode dispersar audiências. Ao invés, se emitidos a horas diferentes e com formatos distintos, pode haver uma fidelização dos telespectadores [vem logo à memória a falta que se vai sentir hoje à noite da conversa de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI].

Ora, o que diz o texto do Monde? Primeiro, que, apesar da multiplicação de canais temáticos e da internet, continua o fascínio pela informação do noticiário televisivo. Segundo, que há algumas transformações em termos de layouts ou de apresentação (o jornalista com ou sem gravata, sentado ou de pé), misturando informação, debate e folhetim [em Portugal e na TVI, a presença de notícias sobre o reality show dentro do noticiário], com as notícias dadas em tom mais sério ou mordaz.

Mas, continua o texto do Monde, é difícil fazer alterações profundas no noticiário, dado ser um género com códigos bem definidos e assim aceite pelo público. Um dos jornalistas da TF1, Robert Namias, esclarece mesmo que "os noticiários televisivos fornecem temas de conversa e, numa sociedade esclarecida, constituem um programa federador". Já para Arlette Chabot, da France 2, a força dos noticiários reside "na estabilidade nos dirigentes, nas escolhas editoriais e nos apresentadores". Um objectivo sempre procurado é que os acontecimentos noticiados sejam bem explicados, enquanto que o apresentador tem de interiorizar a sua posição de mediador indispensável, de transmissor que assina o que diz.



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