Coisas e Coisas
DETERMINISMO TECNOLÓGICOPara Marshall McLuhan (1911-1980), os media são tecnologias que alargam as percepções sensoriais humanas. Ao propor que o meio é a mensagem, argumenta que o significado cultural dos media não reside no seu conteúdo mas no modo como altera a nossa percepção do mundo. O impacto de qualquer tecnologia está na "mudança de escala, momento ou modelo que introduz nos assuntos humanos". O impacto particular das tecnologias dos media está no modo como alteram os "modelos de percepção rapidamente e sem qualquer resistência".
Daí se considerar McLuhan um determinista tecnológico, que define a história pela mudança tecnológica. A tecnologia da escrita induz uma mudança fundamental no modo como os seres humanos se relacionam uns com os outros, realçando a visão sobre o som, a leitura individual sobre as audiências colectivas.
O seu principal foco foi o peso dos meios de comunicação electrónicos (inicialmente, ele falou de meios eléctricos) [
imagem retirada do sítio McLuhan.ca Global Research Network], que geraram as suas próprias consequências culturais no séc. XX (Murphy e Potts, 2003: 14). Para ele, rádio, cinema, alta-fidelidade e televisão constituíram uma mudança face às condições culturais da impressão, com os seus legados intelectuais de linearidade e racionalidade . O fluxo globalizado de informação, que começou com o uso da radiodifusão de satélite, nos anos de 1960, criou a aldeia global. A velocidade eléctrica da comunicação, com uma base audiovisual, e a saturação da sociedade com imagens e sons vindos de todo o mundo, produzem um campo perceptível total, em contraste com os modelos ordenados das culturas dominadas pela imprensa.
Para McLuhan, os efeitos culturais do meio impresso foram racionalidade e fragmentação social. Por contraste, os meios de massa audiovisuais forneciam uma corrente contínua e variada de informação de uma grande variedade de fontes. O resultado foi uma implosão cultural, na qual as pessoas ficavam a conhecer o mundo como uma comunidade de aldeia: podiam começar a pensar miticamente outra vez, atirando as camisas de força de uma dada cultura, determinada pelas propriedades da impressão.
Leitura: Andrew Murphy e John Potts (2003).
Culture & technology. Nova Iorque: Palgrave Macmillan
loading...
-
Fronteira Em Mcluhan (iii)
[continuação da mensagem de 8 de Junho de 2010] Relembra McLuhan que Harold Innis desenvolveu uma aguda consciência da tradição oral no mundo antigo, isto como resultado dos seus estudos sobre o mundo moderno [Stephanie McLuhan e David Staines (org.)...
-
Os Media Segundo Devereux
Para Devereux, vivemos num mundo saturado de media, confrontados com mensagens e imagens distribuídas por conglomerados de media. Os media têm a capacidade de estabelecer comunicação com muitas pessoas de diversos níveis sociais. O autor fala de...
-
Sobre Marshall Mcluhan
Originalmente tese de mestrado defendida em 2003, e alterada e ampliada para edição, o livro de Filipa Subtil aborda o trabalho de um dos mais originais pensadores do século XX no campo da comunicação. Canadiano, McLuhan (1911-1980) foi professor...
-
Mcluhan Visto Por Filipa Subtil
No livro Compreender os media. As extensões de Marshall McLuhan, Filipa Subtil argumenta que a perspectiva de McLuhan rompe com a visão instrumental das técnicas de comunicação e afirma a sua importância como meios com capacidade para alterar o...
-
SOBRE MARSHALL MCLUHAN
[a partir de: Em Griffin, A first look at communication theory, McGraw-Hill, 1994, pp. 332-343]
McLuhan divide a história da humanidade em quatro períodos ou épocas - tribal, literária, impressa e electrónica. As invenções...
Coisas e Coisas