Coisas e Coisas
Post dedicado às leitoras do blogueSAPATARIASO livro de Jane Eldershaw, escritora e ilustradora de revistas como a
New Woman e a
Vogue Australia, de onde é natural, é um texto divertido. A edição em língua inglesa é do ano passado, a madrilena MAEVA editou-a em espanhol já este ano, simplificando o título para
Los zapatos de mi vida.
O que se lê na portada do livro? São as memórias ilustradas, cheias de humor e sabedoria da vida de uma mulher através dos sapatos. Sim, para Eldershaw, pode contar-se uma vida olhando para os sapatos que uma pessoa - neste caso, uma mulher - usa. Misto de antropologia, sociologia, economia, ilustração e
non sense, eis um livro leve para consumir num dia quente de Verão, enquanto se experimenta um calçado ligeiro.
O ponto de partida é: a prova mais reveladora dos seus valores básicos reside no seu calçado. Escreve a autora: "Depois de anos a sair com rapazes cheguei a uma conclusão indiscutível: é assombroso o número de coisas que podes chegar a saber de um indivíduo baixando o olhar até essa parte do seu vestuário" (p. 71). Por norma, os homens desesperam porque as mulheres perdem tempos infindos a ver montras de sapatos. Explica Eldershaw que isso se deve a uma velhíssima divisão de tarefas que vem desde a pré-história: os homens, fanfarrões, dedicavam-se à caça de antílopes com lança, as mulheres, precavidas, recolhiam frutos e cuidavam das coisas domésticas. Comprar sapatos tem a ver com esta recatada tarefa de recolecta (p. 109). E, com a idade, a mulher aprende a usar sapatos cómodos e práticos, libertando-se das restrições de manter um aspecto perfeito na sua actividade profissional.
Como não posso reproduzir as belas imagens do interior do livro - pois não pedi antecipadamente autorização, e incorro em pena legal se o fizer -, deixo abaixo
imagens das muitas sapatarias da Avenida de Roma, aqui perto de casa, para regalo dos olhos de quem quiser.
Desejo muitas boas compras. Conselho: compre calçado confortável, adequado à estação. Mas pode adquirir sapatos coloridos, abertos, às tiras, com salto ou quase sem ele. Há duas semanas, se a memória me não falha, o
Expresso trazia recomendações em termos de vestuário e calçado aos empregados da Caixa Geral de Depósitos, cuja sede fica perto da Avenida de Roma. Aí encontra um outro tipo de conselho!
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