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CARRINHOS DE COMPRAS NOS MEDIA

O mês de Julho está a ser promissor quanto a notícias em termos de vendas nos media. Confirmada a compra do grupo Lusomundo pela Controlinveste, de Joaquim Oliveira, o destaque vai agora para a compra de parte da Media Capital pelo grupo espanhol Prisa.

Sobre a Lusomundo, o Público é mais sucinto, com texto escrito por jornalistas da economia (conquanto na página dos media). O recorte da peça é feito a partir de comunicado da PT, ainda detentora dos media da Lusomundo, ontem à noite. Já o Diário de Notícias, um dos meios mais importantes da Lusomundo, dá um destaque acrescido. Comum aos dois jornais é a ênfase na deliberação da Autoridade da Concorrência, onde a questão de aquisição se decidiu: "tal operação não é susceptível de criar ou reforçar uma posição dominante da qual possam vir a resultar entraves significativos à concorrência no mercado relevante em causa". O processo de venda começou em 14 de Janeiro deste ano, há seis meses, portanto. Durante este período, falou-se da necessidade do novo comprador se desfazer do jornal desportivo O Jogo e não comprar o Jornal de Notícias. Também se referiu a vontade do grupo espanhol Prisa entrar na compra deste último jornal.

Apesar de ainda haver um período de dez dias de pronúncia por parte dos interessados perdedores (em que se inclui a Prisa), o negócio parece encerrado. Assim, Joaquim Oliveira, da Controlinveste, para além da posse anterior de O Jogo e de 50% do canal por cabo Sport TV, passa a ter no seu portfólio os seguintes media escritos: jornais diários e semanários como Diário de Notícias, Jornal de Notícias, 24 Horas, Tal & Qual, Ocasião, Diário de Notícias da Madeira, Açoriano Oriental, Jornal do Fundão, revistas como a National Geographic, Notícias Magazine e Grande Reportagem, rádio TSF e posições nas gráficas Naveprinter e Funchalense e nas distribuidoras Notícias Direct e Vasp.

As últimas sobre a Media Capital

Mas o que alimenta a curiosidade hoje é a Prisa (que edita o El Pais) ter comprado parte do capital da Media Capital, em que o activo mais vistoso é o canal de televisão TVI. Os jornais de hoje seguem uma pista publicada ontem pelo Jornal de Negócios Online. Sigo a notícia por este meio digital produzida às 13:18 de hoje [mais à frente actualizo com informação do El País]. Pedro Carvalho, daquele meio, escreve que "Uma OPA da Prisa sobre a Media Capital vai depender da interpretação sobre a partir de que altura se vai considerar que a Prisa detém direitos de voto superiores a 33%". Aqui entram as interpretações dos bancos: para o BCP, o preço da OPA pode oscilar entre €7,03 e €8,41; para o BPI, a RTL poderá "ter ainda uma palavra a dizer". Isto porque a Bertelsmann (RTL) comprou recentemente uma parte do capital da Media Capital.

Retiro ainda da notícia que me serve de suporte o seguinte: "Miguel Pais do Amaral, Nicolas Berggruen e Courical Holding, Berggruen Holdings, Partrouge e o grupo de media espanhol Prisa celebraram um acordo através do qual, os três primeiros atribuem à empresa espanhola um direito de preferência relativo às acções da Vertix, detentora de uma participação de 28,48% do capital social da Media Capital".

Recordo que a Media Capital, para além da TVI, tem muitos activos na rádio (Comercial, Cidade FM, Rádio Clube Português, Nacional, Romântica FM, Mix, Best Rock FM), para além do canal de internet Cotonete, revistas (Maxmen e Lux), produtora NBP e publicidade de exteriores. Este ano as acções da Media Capital subiram de cerca de €5,4 para perto de €6,6 ontem [actualização: €6,80 às 15:32]. O grupo Prisa, para além do El Pais, tem o desportivo Ás, o financeiro Cinco Dias, diários regionais, a estação de rádio Cadena SER e participação na televisão por cabo. Segundo uma notícia de hoje (12:20), que se pode ler no El Pais digital, o grupo Prisa teve um lucro líquido de €73,13 milhões, no primeiro semestre do ano, o que representa um aumento de 32%. Cadena SER (+13,3%) e El País (+10,5%) foram as jóias da coroa nesse aumento.

A notícia do El Pais confirma a compra de capital da Media Capital. Retiro do comunicado do jornal electrónico espanhol citado: "La venta de la totalidad de Vertix a PRISA representa para los propietarios de Media Capital un ingreso de 189,5 millones de euros y participaciones representativas del 24 por ciento en el capital social de Prisa Internacional, que agrupa las inversiones del grupo español en medios de ámbito internacional".



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