Coisas e Coisas


AGENDAS E REVISTAS DE CULTURA DE LISBOA

O editor da Agenda Lx, João Macdonald, escreve no número de Fevereiro sobre a "renovada AGENDA LX". Enfatiza, nas secções de Monumentos e Arquivos e Bibliotecas, os "locais vivos de fés religiosas que compõem núcleos sociais da igreja". E destaca os documentos quase adormecidos que se encontram nesses locais de culto, à espera de reconhecimento.

Das 146 páginas da agenda, elejo as últimas. Aí se fala do bazar da Graça, isto é, das pequenas lojas que existem naquele popular bairro de Lisboa. Como contraponto às frias lojas dos centros comerciais, os responsáveis da agenda elencam, entre outras, lojas como a "Morgadinha da Graça" (antiga casa de chás e cafés que virou mercearia) e a "Penalva da Graça" (típico restaurante e cervejaria de balcão corrido e montra com peixe fresco e marisco), sem esquecer o "ACF cabeleireiros" (de Fernanda Carvalho). E, quanto a temas de capa, a agenda salienta a exposição de Frida Kahlo (que eu vi em Santiago de Compostela, mas fica aquém da magnânime exposição de Londres do ano passado) e os dez anos de teatro no Chapitô.

A cultura merece um destaque crescente por parte das autarquias. Contudo, e devido a um período de menos folga económica, as actividades culturais sofrem um corte orçamental. Como se escrevia na revista "Actual" (Expresso) de 4 de Fevereiro, o orçamento da câmara de Lisboa atribuiu €21 milhões ao pelouro da Cultura, além de €10 milhões provenientes da EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Actividades Culturais), totalizando menos €5 milhões que em 2005. Apesar desse constrangimento, o vereador da Cultura, Amaral Lopes, procura tornar possível um programa cultural a longo prazo, tendo o objectivo de criar hábitos de fruição artística e alargamento de públicos com destaque para o infantil e juvenil. Eu pensava que isto já estava a ser feito há muitos anos.

Neon

Entretanto, começou a ser editada em Lisboa a Neon, revista gratuita de cultura e entretenimento, lê-se na newsletter Meios e Publicidade. Propriedade da editora Casa do Sul (de Tiago Farinha e Pedro Alvito), a publicação apresenta um formato de bolso (A6) e aposta em "informação simples, independente e diversificada" em áreas temáticas como cinema, teatro, exposições, espectáculos e vida nocturna lisboeta. Tem uma estrutura editorial de 36 páginas e a tiragem inicial é de 10 mil exemplares, distribuída com periodicidade quinzenal e em alguns dos principais pólos de cultura e entretenimento da cidade.

O público-alvo da neon é constituído por "jovens cosmopolitas, com poder de compra, que procuram acompanhar as tendências do momento, quer em termos sociais, quer em termos de consumo", continua a ler-se na newsletter.



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