Coisas e Coisas


STAR TREK NA REVISTA VÉRTICE

No número de Janeiro/Fevereiro, a revista Vértice dedica cerca de 50 páginas ao fenómeno televisivo (e cinematográfico) Star Trek, que comemorou 40 anos de existência (o primeiro episódio foi emitido pela cadeia americana NBC a 8 de Setembro de 1966; a transmissão acabou em 13 de Maio de 2005). O programa rapidamente se tornou uma série de culto, sendo os seus fãs apelidados de trekkers ou trekkies.

António A. da Costa, um dos autores a escrever sobre a série, considera que Star Trek foi "o mais importante fenómeno de cultura de massas do século XX". Outra autora publicada na revista, Bárbara Vallera, afirma que Star Trek se tornou uma parte integrante da cultura pop ocidental, no seu conjunto de seis séries de televisão (mais de 700 episódios), dez filmes, centenas de livros e fanzines e jogos de computador e consola. Uma autêntica manifestação das indústrias culturais, acrescento eu.

No seu texto, António A. da Costa aborda o conceito de ficção científica, que começara na literatura, passando para o cinema, banda desenhada e televisão. Se, até 1960, a ficção científica no cinema obedecia ao aparato científico-tecnológico e aos envolvimentos sociais, políticos e psicológicos, mas encarada como género menor, nas décadas posteriores, e em especial devido à televisão, a ficção científica passou a ter argumentos mais sólidos e produzida com investimentos maiores para a concretização de projectos.

Star Trek nasceu das ideias de Eugene Wesley Roddenberry, mais conhecido pelo diminutivo Gene. Durante a segunda guerra mundial, Gene foi piloto de um B17, tendo mesmo recebido condecorações pelas suas missões. Após a guerra, tornou-se piloto da companhia comercial Pan Am, enquanto estudava literatura na universidade de Colombia. Também escreveu argumentos para cinema, no que se tornou a sua principal fonte de rendimento. Quando contava histórias aos seus filhos, o tema era a ficção científica. Daí nasceu o Star Trek.

No texto de António A. da Costa há algumas imagens das poderosas naves mostradas nas sucessivas séries de Star Trek, que incendiaram o imaginário dos fãs telespectadores, eu incluído. O mesmo texto insere a análise de algumas das personagens da série, onde Spock (com as suas orelhas pontiagudas) e o capitão Kirk são as principais personagens.

Um terceiro texto da Vértice, de Margarida Caldeira (fundadora e editora da WARP, dedicada aos fãs da série), fala dos fãs da série, destacando o fenómeno de popularidade que nunca havia sido atingido em séries anteriores. Caldeira referencia Bjo Trimble e outros activistas que se movimentaram quando a cadeia televisiva anunciou o fim da série. As manifestações que acompanharam o movimento funcionou como grupo de pressão para que a série se mantivesse no ar. Uma outra campanha com êxito foi a que levou a NASA a baptizar o seu primeiro space shuttle com o nome de Entreprise, retirado da nave da série.



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