Coisas e Coisas
* EU VI * poema de Vitor Cintra
Eu vi passar o tempo, sempre á 'spera
Que a sorte bafejasse o meu país
E que, vencido o medo de Quimera,
Fortuna fosse mais do que se diz.
Eu vi passar os anos de revolta,
Por todas as partidas de Destino,
Sabendo de há um tempo, que não volta,
No Fado, que abracei desde menino.
Eu vi as muitas Moiras, que se cruzam
No palco desta terra lusitana,
Querendo proteger a massa humana;
Mas vi, também, as Parcas, que nos usam,
Tentando demonstrar quanto é errado
Um povo destemido ser honrado.Vitor CintraDo livro "
Ao Acaso "
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Desengano
(imagem recolhida na internet).
Vivendo só de sonhos se perdeu
A força que, trazida por Perseu,
Chegou, um dia, à terra lusitana;
E, sem pensar que a sorte era madrasta,
Julgando que Fortuna não se gasta
Agimos da maneira mais insana.
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Bragantina
Amordaçado fora o reino inteiro; O povo, empobrecido, escravizado. Filipe, que a reinar era o terceiro, Tratava com desprezo o povo errado. . Estava-se em Dezembro, no primeiro. Em actos de revolta consertados, Matando, na Ribeira, o conde Andeiro,...
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Menino Da Rua
Manhã triste, negra, fria, Pés descalços pelo chão, Arrastados, cada dia, Na procura de algum pão. Sem bondade, nem carinho, Sem o mais pequeno afecto, Sem destino no caminho, Sempre em busca de algum tecto. Cruza um mundo sem sentido,...
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Ao Acaso
Ao acaso 'screvi os meus poemas Sem receio das críticas de alguém; Ao acaso seleccionei os emas, Convencido de que o fazia bem. Ao acaso deixei meus pensamentos Estampados em folhas de papel; Ao acaso senti, muitos momentos, Nesses versos...
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Enjeitado
Batem longe as badaladas;Chamam gente à oração.Quantas lágrimas choradasPor crianças desprezadas,A viver em solidão. O menino só, que 'speraTer da vida um pouco mais,Quantas vezes desespera,Porque os sonhos são quimera,Sem saber quem são...
Coisas e Coisas