Solitários buscam "conforto" em programas de TV
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Solitários buscam "conforto" em programas de TV


Nova pesquisa mostra que pessoas criam relacionamentos fictícios com personagens de TV para buscar consolo e afastar a tristeza. Os voluntários dos estudos, que se sentiam infelizes por relembrarem momentos em que foram rejeitados socialmente, se animavam enquanto escreviam sobre seus personagens preferidos dos programas que assistiam. Isso apoia a hipótese da substituição social, na qual a tecnologia fornece aos solitários um senso de pertencimento social quando, na verdade, as relações formadas não são reais. “A rejeição tem um efeito horrível sobre qualquer um de nós, porque somos uma espécie social”, explica a psicóloga Shira Gabriel, da Universidade de Bufallo, que conduziu os estudos. “Mas, quando estamos vendo nossos programas favoritos de TV, não ficamos mais tristes.” A maioria das pesquisas nesse campo foram baseadas em relatórios que alunos universitários faziam de si mesmos. Quando unidos, esses estudos mostram que relacionamentos com personagens fictícios afetam as pessoas de maneiras realmente fortes (quem nunca viu aquelas manchetes de atores que interpretam vilões sendo espancados por noveleiros?). No livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, há uma personagem que prefere passar seu tempo com uma família fictícia, que aparece em telas de TV, do que com seu próprio marido. E, para perceber como até os livros podem afetar nossas vidas, basta dar uma olhada nos fandoms (domínios dos fãs) na internet de livros como Crepúsculo, Harry Potter, Senhor dos Anéis e até os clássicos como Orgulho e Preconceito. Shira e seus colegas já começaram a realizar mais pesquisas para descobrir como esse meio de satisfação social afeta as emoções do mundo real. Eles buscam fazer a conexão entre redes sociais existentes e ilusórias para explicar melhor o comportamento de indivíduos. “Algumas vezes nem os mais ‘noveleiros’ conseguem acreditar em como são ligados às histórias que acompanham”, declara Shira. “Há pessoas que não acreditam em nossa pesquisa. Pensam que pegam um livro qualquer, leem e sabem diferenciar muito bem o real do imaginário. Mas é aí que a empatia humana entra em cena.” (Fonte: Hypescience)



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