Na rede...
Coisas e Coisas

Na rede...


Trilha sonora para este post:
Butterfly Caught (100th window advance)
Massive Attack













Não era a luz que me atraía... Era o gosto pelo choque elétrico. Tal qual um mosquito que procura a lâmpada sem saber que esse será o seu fim. Assim. Só por isso. Eu procurei você. E você? O que buscava?


2:35 AM

Não... não estou afim de sexo. Tem certeza? Tenho. Por que não? Porque não. É tão impossível assim acreditar nisso. É. Todo mundo está afim de sexo. Uns apenas não conseguem admitir. VTF. Venha. Eu faço! Não quero, cara... desencana. Então porque não me bloqueia? Não sei. Sabe sim... só não quer admitir. Patético. Somos mesmo! Eu não, você. Ambos. Essa conversa não vai levar a nada. É o que você sempre quis, não é? Nada. Nada. Você só quer ficar nesse seu joguinho imbecil. Patético. Ontem você falou que me amava. Foi. E hoje? Pra que? Hoje é hoje. Ontem foi ontem. Amanhã será outra. Vou te bloquear. Foda-se! Demorou. Demorei mesmo. Eu sou muito idiota.


4:19 AM

Vamos dormir? Vamos. Beijo pra você. Fique bem. Você também. Eu gosto muito de você! Eu também. Tchau. Amanhã nos falamos? Claro. Então tá. Até daqui há pouco.

Mas cada choque elétrico que eu levava deixava marcas. Marcas profundas que iam além da pele. E, aos poucos, o prazer já não era tão intenso. Não suplantava a dor das marcas. Então era necessário aumentar a tensão. Aumentar a potência dos choques. Seria isso o mais sábio a fazer? E você? Era isso que você faria?

01:59 PM

Você está aí? Hein? Responde. Tive um sonho ruim. Responde.


03:12 PM

Oi? Que foi? Está aí? Conta o que houve. Tenho que sair. Volto logo.

Eu nunca saberei dizer se, algum dia, a energia seria suficiente para continuar alimentando a tensão necessária. Será que nós seríamos suficientes um para o outro? Será que seria possível viver sem se machucar? Minha pele começa a ficar escura. É um dos primeiros sintomas. Deve ser por causa das queimaduras. Ou talvez por causa da falta de circulação. Tudo, na vida, tem um limite. Eu cheguei ao meu. Um limite imposto pelo meu corpo. Um limite imposto pela vida que havia nele.

11:57 PM
Você não vai falar comigo? Estou aqui, ué! Sim, mas... às vezes, parece que não. Não complique. Quanto eu estiver aqui, eu estou. E eu? Você? Não importa o que eu penso ou posso? Não. Nunca importou. Não. Nunca. Você não sabia? Eu sabia... no fundo sempre soube. Então não torra. E, é assim? Sim. Porra... uma semana e é isso? Fiz tudo o que podia. Fiz tudo que estava ao meu alcance. Claro. Como sempre! O que você esperava disso tudo? Eu? Não sei. Mas não esperava essa frieza. Com certeza, não. Idiota.

2:35 AM

Estou indo dormir... Vamos? Hein? Nem te contei o sonho que tive mês passado. Sonhei que era uma mosca.. não... tipo um inseto... sei lá. E tinha uma luz.. e eu era atraído pela luz... Não. Não era a luz que me atraía... Adeus!





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