CULTURA VISUAL EM ELLA SHOHAT E ROBERT STAM
Coisas e Coisas

CULTURA VISUAL EM ELLA SHOHAT E ROBERT STAM



Para Ella Shohat e Robert Stam (2002), a cultura visual quebra o eurocentrismo da arte, que tem privilegiado certos locais e geografias, e para quem a realismo, o modernismo e o pós-modernismo se encadeiam numa sucessão linear.

A história da arte e da cultura visual que nos ensinam centra a sua existência nas grandes metrópoles, como Paris, Londres, Nova Iorque e Zurique. Mas Shohat e Stam defendem a originalidade de outras culturas visuais, muitas vezes designadas como arte primitiva e folclore, e que os europeus modernizariam e trariam para o centro do mundo. Há aquilo a que se poderia chamar de heterogeneidade ou hibridismo cultural (Nestor García Canclini) ou plural caótico e contaditório (Shohat e Stam, 2002: 39). O que é válido para a pintura e escultura também é válido para a literatura ou o cinema. O objectivo final dos autores é, pois, destacar os contributos das culturas europeias e insistir na interligação entre artes na Europa e fora dela.

A sequência realismo, modernidade e pós-modernidade pode coexistir globalmente, apesar do poder dominante variar de região para região, conferindo diversas trajectórias, ritmos e temporalidades históricas e culturais. Mas também pode contestar-se a sequência. Por exemplo, as formas do realismo dramático são substituídas por modos do carnavalesco, do antropofágico, do realismo mágico, do modernismo reflexivo, estéticas enraizadas em tradições não realistas. O modernismo artístico é tradicionalmente definido por oposição ao realismo enquanto norma dominante de representação. Contudo, fora do Ocidente, o realismo raramente é dominante; nesse sentido, o modernismo pode ser visto como rebelião local.

Shohat e Stam (2002) chamam a atenção para dois elementos. O primeiro é o carnavalesco que, na cultura ocidental, é apresentado como ruptura radical face ao passado. Isto embora o carnaval ter deixado de ser uma prática colectiva de purificação e tornar-se uma mera prática artística. O segundo é aquilo a que chamam estética do lixo (ou do feio, inacabado ou desagradável).

A cultura, conclui o casal Shohat e Stam, está contaminada por outros textos, discursos e aparatos: museus, academia, mundo da arte, indústria editorial.

Leitura: Ella Shoat e Robert Slam (2002). “Narrativizing visual culture. Towards a polycentric aesthetics”. In Nicholas Mirzoeff (ed.) The visual culture reader. Londres e Nova Iorque: Routledge, pp. 37-59



loading...

- Swatch
O anúncio publicita a nova colecção Gent da Swatch, num revivalismo da década de 1980: grande espaço para o relógio e cores frescas. O fabricante, que destaca o modelo Purple rebel, descreve a colecção como de culto. A modelo que...

- ColecÇÃo De Fotografia Portuguesa Da DÉcada De 1950
Batalha de Sombras é o título da exposição e do catálogo actualmente presente no Museu do Neo-Realismo (Vila Franca de Xira), com uma colecção de fotografia portuguesa dos anos 50 (pertença do Museu de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)....

- Cultura Do Quotidiano Em Paul Willis
Paul Willis, que vem dos cultural studies de Birmingham, tem um momento alto com o texto Common Culture (1990). Para ele, a cultura comum – gostaria de traduzir por cultura do quotidiano – diz respeito ao uso que os jovens fazem dos bens culturais...

-
JESÚS MARTÍN-BARBERO Nasceu em Ávila (Espanha, 1937) e vive na Colômbia desde 1963. Estudou filosofia em Lovaina (Bélgica, 1971) e Antropologia e Semiótica na École des Hautes Études (Paris, 1972-1973). Fundou e dirigiu o Departamento de Ciências...

-
A MINHA AGENDA HOJE A) 14:30 - Tese sobre mercados de televisão. Luís Oliveira Martins defende a sua tese de mestrado Mercados televisivos europeus: causas e efeitos das novas formas de organização empresarial, na Universidade Católica Portuguesa....



Coisas e Coisas








.