Carta de um jovem jornalista ao Papai Noel
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Carta de um jovem jornalista ao Papai Noel


"Olá, Papai Noel. Eu me chamo João e sou um jornalista recém-formado. Ainda estou chateado com essa história do diploma não ser mais obrigatório, mas não vou desistir da profissão que eu amo! Com ou sem diploma, o problema maior é que está muito difícil arrumar um emprego. Estou escrevendo para pedir uma oportunidade de trabalho neste Natal. Deixei uma meia pendurada na janela com meu currículo atualizado.

Nem precisa ser um emprego muito bom. Para começar, faço até plantão no carnaval. Sei que vou ganhar um salário pequeno. Estou ansioso para aprender jornalismo na prática e confiante que o próximo ano será bem melhor. Meus amigos dizem que sou muito otimista, que acredito em tudo, até em Papai Noel. Mas a gente precisa ser assim.

Cometi alguns erros este ano, mas nada tão grave que não me faça merecer este emprego. O senhor vai compreender. Fiquei de bobeira na internet, escrevendo bobagem no Facebook e lendo o blog do Duda Rangel. O único vício que eu tenho é beber demais, embora falam que todo jornalista bebe. Também dou um tapa num baseado de vez em quando, mas só quando estou estressado e com dor de cabeça. E se é para uso medicinal não há problema, o senhor bem sabe.

Na faculdade, eu sempre fui um aluno dedicado. Fazia os trabalhos direitinho. Li até livro do Diogo Mainardi que eles me obrigaram. Eu também sou bem-informado. Não gosto de ler jornal, mas sigo todas as notícias na internet. O meu Português é bem correto também. O senhor pode notar que não tem vírgula separando o sujeito do verbo nesta carta.

Estou louco para ver se todas aquelas coisas que o Duda Rangel escreve no blog dele acontecem mesmo. Estou com um puta tesão (ops, desculpa!) de ir para a rua, fazer reportagens, buscar sempre a história mais bacana, comer coxinha de frango na padoca, ganhar um monte de jabá e almoçar de graça nos eventos. Também quero conhecer o tal pescoção. Só não quero ser corno como o Duda, mas este pedido fica para o outro Natal, está bom? Não vou abusar mais do senhor! Obrigado, Papai Noel. João."


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